Round 6 / Squid Game tá dominando a sua vida?
Você quer mais? Que tal em forma de livro?
Então Battle Royale é minha indicação para você!
Lançado em 1999 e logo transformado em filme no ano 2000, Battle Royale, de Koushun Takami, é uma distopia na qual 42 estudantes são levados, em um passeio escolar, a um local que será palco de um jogo brutal por sobrevivência. No fim, só um dos estudantes sairá vivo desse confronto, então faça as suas apostas: quem será o vencedor?
Sangrento, inovador e para muitos, controverso, o livro e o filme chegaram a ser censurados em alguns países, inclusive no seu país de origem, mas superaram as limitações, agradaram o público e ambos são, hoje, um fenômeno cult.
Eu tive o prazer de assistir esse filme logo que foi lançado – e agradeço a minha guru dos filmes, minha irmã Anny – e, anos depois, li o livro. Posso dizer que foram duas ótimas experiências. Com o sucesso de Round 6 e outras séries de estilo ultraviolento próximo ao Halloween, eu me peguei pensando muito em Battle Royale, e não é à toa que Battle Royale tenha sido relembrado por muitos fãs.
Afinal de contas, esse livro é o precursor das distopias teen da atualidade, sem dúvida alguma.
Lançado pela Alt no Brasil, foi traduzido direito do japonês e tem mais de 600 páginas . No início, pode parecer grande demais, no entanto, eu não senti o peso do calhamaço. Claro, dependendo do ponto de vista do personagem que acompanhamos, a narrativa se torna mais ou menos dinâmica, um tanto lenta em determinados pontos.
Em seu mix de thriller com distopia, Battle Royale oferece um jogo de eliminação, sancionado pelo governo e televisionado, no qual a violência é explicita e incitada. As descrições do jogo são, por vezes, gráficas, e por isso, aqueles sensíveis a esses temas devem evitar a leitura. Achei a alternância de perspectivas bem interessante, e certamente agradará a galera mais jovem, que vai, assim, ter a chance de conhecer melhor certos personagens e suas motivações. Os plot twists do final do livro foram inesperados e fecharam a história com chave de ouro pra mim.
O mais chocante de toda essa história, para mim, não foi a carnificina, mas sim é a adaptação do comportamento humano à barbárie.
Um ponto negativo é que você vai achar nele temas bem conhecidos. Sendo o primeiro do seu estilo, o formato já foi recriado e reconstruído diversas vezes, e atualmente, a leitura pode parecer somente mais do mesmo. Se você tiver lido Jogos Vorazes vai notar várias similaridades aqui e ali, afinal, a autora usou o livro como inspiração.
Segredo nosso aqui : o livro que inspirou Koushun Takami a criar o universo do Battle Royale foi “A longa Marcha” ( The long walk, em inglês), de Stephen King ! Olha só como o mundo dá voltas…
E o filme ?
O filme é mais superficial e um pouquinho diferente do livro. No entanto, a representação visual é chocante, e mexe muito com a gente. Toda adaptação audiovisual acrescenta algo especial para a história escrita, e não é diferente com esse filme. Exemplo : os atores não usaram dublês – treinaram meses para a ação, e se dedicaram para tornar real o universo de Koushun Takami.
Tarantino, inclusive, admitiu que Kill Bill foi inspirado na violência crua em Battle Royale.
Vale a pena?
Como o livro foi lançado em 1999 e o filme em 2000, muita gente pode achar que se o formato já foi tão copiado, para quê perder tempo com ele ? Minha resposta é : algumas obras de arte não podem ser superadas. Vale a pena conhecer? Sim, recomendo muito tanto livro quanto filme. Pense que esse livro é a mãe de Jogos Vorazes, Maze Runner, The 100, Divergente, e o pai de videogames como Fortnite e PUBG. É um estudo sobre emoção e violência juvenil como poucos, mas copiado por muitos.
Então, se Squid Game é o tipo de história que te chama atenção, Battle Royale pode satisfazer esse desejo e muito mais.