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Snowcrash, Neal Stevenson

E aí, vocês estão preparades para o metaverso??
Se como eu, você gosta de ficção científica e cultura cyberpunk, Snowcrash, de Neal Stephenson é leitura obrigatória.

Temos aqui um futuro onde as grandes marcas e corporações dominam a sociedade após o colapso da conhecida estrutura politico-econômica. É uma aldeia-mundo, estranha, o sumo do capitalismo selvagem. Aqueles que tem grana escapam se conectando ao Metaverso, um ambiente virtual mais livre, onde você pode ser quem quiser. Sim, dependendo de quanto você puder desembolsar, os melhores avatares e acessórios estarão ao seu alcance, tornando o Metaverso uma ramificação poderosa de influência e poder.

No centro da história temos Hiro Protagonista, um hacker freelancer mestiço que acumula muitos empregos e poucos interesses. Uma figura famosinha no Metaverso, Hiro está sempre em busca de novidades por lá, e quando um de seus amigos experimenta uma nova droga no Metaverso e adoece, ele vai mergulhar em uma investigação que pode ser mortal. Snowcrash, essa nova droga do Metaverso, é, na verdade, um vírus capaz de controlar pessoas, e também parte de um grande plano de dominação mundial, tanto no mundo real quanto no virtual.

O livro me deixou muito empolgada logo à primeira vista, porque o trabalho gráfico da Aleph sempre surpreende. Depois, fui novamente surpreendida nas primeiras páginas, com uma cena de perseguição que já deixa a gente no clima de “corrida contra o tempo”, que é bem a vibe do livro. É uma leitura frenética em partes, e estranha em outras, e por isso é preciso paciência com a leitura – Stephenson nos inunda de informações, enquanto impulsiona cenas de ação alucinadas, de qualidade cinematográfica.

Alô, metaverso !!

Snowcrash tem papos interessantíssimos sobre governo, neurociência, tecnologia e programação, linguagem e filosofia, tudo misturado a samurais, mafiosos, cachorros robôs e até surfistas de trânsito. Onde mais você poderia encontrar teoria da programação e mitologia suméria? Eu gosto dessas misturas inusitadas, e me agradou bastante essa variedade na construção do mundo. E, claro, testemunhamos aqui o nascimento do conceito de METAVERSO, e ver um conceito sair do ramo da ficção cientifica para ser explorado hoje mostra que o autor entende bem do que fala.

Contudo, o ritmo do livro não é lá muito satisfatório. A alternância de temas trouxe, pra mim, altos e baixos na cadência, e o final do livro ficou bem corrido por conta disso. Achei também que se pecou no desenvolvimento/caracterização dos personagens, e no fato de serem neles reforçados muitos clichês, talvez comuns no período em que o livro foi lançado, mas que hoje não soam bem. Tirando isso, eu gostei muito da experiência que Snowcrash me proporcionou.

Neal Stephenson, 2019, Wikipedia

Neal Stephenson sabe das coisas

Um clássico como Snowcrash não pode ficar de fora de quem gosta de ficção científica moderna. Simples assim. Aliás, Neal Stephenson é um autor que trabalha muito bem no cruzamento de gêneros e variedade de temas modernos, com narrativas que misturam ciência, tecnologia, e história. Além de escrever, o cara é professor acadêmico, designer de video games e consultor de tecnologia.

Vou aproveitar e deixar aqui uma reportagem bem legal que li sobre o autor quando estava fazendo a leitura de Snowcrash, e que me levou a colocar outros livros dele na minha lista de leituras (em inglês, somente, mas vale usar as ferramentas online para tradução).

https://www.forbes.com/sites/alexzhavoronkov/2021/12/29/the-original-inventor-of-metaverse-on-technology-life-and-books-interview-with-neal-stephenson/?sh=1e85ca5043f5


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